SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CLERO
CARTA ABERTA PARA O CLERO DA SANTA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
"Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos.
É como um óleo suave derramado sobre a fronte, e que desce para a barba, a barba de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto", Salmo 132, 1-2.
Caríssimos sacerdotes da vinha do senhor,
Inicio essa carta saudando em nome da congregação para o clero a todos os sacerdotes da nossa Santa e verdadeira igreja.
O Salmo citado acima nos remete lembrar de nossa vocação, a união e promessa feita no dia de nossa ordenação, de fidelidade e obediência ao bispo e a igreja. Esse óleo que foi derramado sobre nossa mãos no dia da nossa unção sacerdotal, nos dando a graça de consagrar o pão que se torna carne e o vinho que se torna sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos leva a seguir seus passos, não somente durante a santa missa, ou em algum outro sacramento, mas seguir os passos de Cristo no dia a dia, na nossa vida particular, por que é fato que somos espelhos para muitos.
Eu vos pergunto, Cristo vivia na corrupção? Então por que alguns querem viver a corrupção do corpo e da moral?
Se seguirmos os passos de Cristo devemos viver como ele, viver a santidade, a graça e a providencia que vem de Deus, e principalmente a obediência.
Meus irmãos de sacerdócio, digo isso por que estamos vivendo um momento onde pessoas que não viveram como Cristo, que praticaram, ou melhor praticam a corrupção, foram desobedientes e a "sede" que eles tem não é da água de vida eterna mas sim do poder perpetuado a um só nome, para assim continuar roubando aqueles que tem ganancia, ou pior, roubando a Igreja em nome de Cristo.
Vos alerto, com amor paterno, a ficarem atentos contra esses cismáticos, não caiam na falsas promessas, no dinheiro, não se vendam e sejam dignos.
"“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza" Mt 6,24
Este é o nosso magnífico destino: não podemos santificar-nos sem trabalhar pela santificação dos nossos irmãos, e não podemos trabalhar pela santificação dos nossos irmãos sem que primeiro tenhamos trabalhado e ainda trabalhemos em nossa própria santificação. Concluindo essa afirmação, não podemos nos santificar entrando na corrupção e colaborando com a Cisma. O trabalho feito por eles é um trabalho para fins lucrativos, não para santificação das almas, do qual é nossa maior missão, santificar aqueles que vem até nós buscando os sacramentos.
Introduzindo a Igreja no novo milênio, o São João Paulo II nos recordava a normalidade deste “ideal de perfeição”, que deve ser oferecido desde o início a todos: «Perguntar a um catecúmeno: “Queres receber o Batismo?” significa ao mesmo tempo perguntar-lhe: “Queres fazer-te santo?”». Certamente, no dia da nossa Ordenação Sacerdotal, esta mesma pergunta batismal ressoou novamente em nosso coração, solicitando ainda a nossa resposta pessoal; mas esta nos foi feita, também, para que soubéssemos transmiti-la aos nossos fiéis, conservando-lhe a beleza e a preciosidade. Então façam-se Santos, não corrompam aquilo que prometeste no dia da ordenação.
O mundo de hoje, com as suas lacerações sempre mais dolorosas e preocupantes, precisa do Deus-Trindade, e anunciá-lo é tarefa da Igreja, é tarefa de nós como sacerdotes, levar a paz, não a separação e não a discórdia.
Meus irmãos a palavra sacerdote, em sua origem, já indica esse sentido: saciar dos dons do céu, alimentar da graça de Deus. Trata-se de satisfazer a fome do alimento espiritual, portanto não vamos satisfazer a nossa fome de poder, e alimentar uma falsa justiça infundada proclamada pelos separatistas.
"A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade." 1Co 13, 4-6.
O Hino a caridade escrita por São Paulo aos Coríntios vem nos relatar o que é necessário, a CARIDADE, e por fim nos afirma, que Deus não se alegra com a injustiça feita pelos cismáticos, mas se alegra com a Verdade, e a verdade está aqui.
Concluindo, eu como prefeito da congregação me coloco a disposição para dialogo com todos sacerdotes que necessitar, como Pai e pastor a mim confiado no dia da minha ordenação e com o coração aberto a reconciliação me faço instrumento para ouvi-los. Porém abomino qualquer ação de separação e aqueles que forem para lá terá que responder os processos cabíveis.
Desejo a todos que lerem a Paz e o Amor de Cristo, sejamos fortes no meio a tempestade na esperança de dias melhores.
Dado passado no Vaticano, no dia 26 de Maio de 2020.
+ Dom Pedro Cardeal Melchior
Prefeito da Congregação para o Clero
Presidente do Pontifício Conselho para Unidade dos Cristãos
