DOM RAUL GABRIEL CARDEAL STEINER
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL-BISPO DI SABINA-POGGIO MIRTETO
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CLERO
A todos que esta convocação lerem, de especial forma os padres de todo orbe habbiano, saúde e paz.
“Prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir” (II Timóteo 4, 2). Isto nos diz Paulo em suas cartas a Timóteo. Nestas cartas, Paulo destacou a importância de pregar a Santa Doutrina (cf. I Timóteo 1,3-7; 18–20; 4,1-3; 6,3-5;). A pregação do Reino de Cristo é, verdadeiramente, um trabalho prestado não aos homens, mas a Deus, pois, ele que “há de julgar os vivos e os mortos por sua aparição e por seu Reino” (II Timóteo 4, 1).
Sabemos que o fundamento, a base de qualquer ministério é a palavra de Deus, os ensinamentos advindos por ela. Pregar esta palavra é uma tarefa difícil e sagrada que requer perseverança e coragem. Ou seja, é necessário adotar uma atitude firme e persistente ao prega-la. Nós, enquanto clérigos, temos a missão de levar a Boa Nova de Jesus, a Sua palavra. Jesus mesmo nos ordena, como relata o evangelista Marcos ao expor a fala de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16, 15). Jesus veio para salvar pessoas de todas as nações, todas as culturas e idades. Ele escolheu seus discípulos para serem os mensageiros desta salvação. Da mesma maneira, Cristo escolhe, hoje, cada um de nós para sermos mensageiros desta palavra.
Os presbíteros são, por excelência, anunciadores desta salvação. Sem os mesmos, “a Igreja não poderia viver aquela fundamental obediência que está no próprio coração da sua existência e da sua missão na história - a obediência à ordem de Jesus : «Ide, pois, ensinai todas as nações» (Mt 28, 19) e «Fazei isto em minha memória» (Lc 22, 19; cf. 1 Cor 11, 24), ou seja, a ordem de anunciar o Evangelho e de renovar todos os dias o sacrifício do seu Corpo entregue e do seu Sangue derramado pela vida do mundo.” [1]
São Paulo nos diz em sua Epístola aos Filipenses que está “persuadido de que aquele que iniciou em vós esta obra excelente lhe dará o acabamento até o dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1,6). Esse acabamento nos é dado a cada dia, em todas as vezes que aprendemos algo novo. São Paulo exorta também para que não negligenciemos “o carisma que está em ti e que te foi dado por profecia, quando a assembleia dos anciãos te impôs as mãos. Põe nisto toda a diligência e empenho, de tal modo que se torne manifesto a todos o teu aproveitamento” (I Timóteo 4, 14–15).
O sacerdote deve, portanto, estar em constante formação, formação esta que tem como alma e forma “o Espírito Santo, que infunde a caridade pastoral, introduz e acompanha-o no conhecimento sempre mais profundo do mistério de Cristo, que é insondável na sua riqueza (cf. Ef 3, 14-19), e, por conseguinte, no conhecimento do mistério do sacerdócio cristão. A mesma caridade pastoral impele o presbítero a conhecer cada vez mais as esperanças, as necessidades, os problemas, as sensibilidades dos destinatários do seu ministério: destinatários envolvidos nas suas concretas situações pessoais, familiares, e sociais” [2].
“Neste sentido, a formação permanente é uma exigência intrínseca ao dom e ao ministério sacramental recebido e revela-se necessária em todos os tempos” [3]. Apresentado isto, vimos que a formação do sacerdote não deve parar após a sua ordenação, pelo contrário, deve ser constante. Inicialmente, tendo ponderado sobre este assunto e vendo a grande necessidade de continuar formando nossos presbíteros, CONVOCAMOS todos os presbíteros de nossa Igreja a se fazerem presentes nas formações que serão dadas por esta mesma Congregação, as mesmas acontecerão todas as terças e quintas (12 e 14; 19 e 21; 26 e 28) do mês de janeiro às 19h30 pela plataforma ''discord''. Os que, por algum motivo maior, não puderem participar, devem justificar ao Prefeito da Congregação para o Clero com até 3 horas de antecedência. A falta, sem a devida justificação, estará sujeita a punições.
Sem mais, exorto a todos a seguirem o exemplo de São Paulo. São Paulo foi um Apóstolo que mais notavelmente exemplificou esse trabalho da evangelização. Diante da certeza da morte (II Timóteo 4,6), ele refletiu com confiança sobre seu serviço ao Senhor. Combateu o bom combate, terminou a sua carreira, guardou a fé (cf. II Timóteo 4, 7). Aqueles que amam, acreditam e propagam a vinda de Cristo estão se preparando e preparando outros para que possam receber a recompensa de Deus (cf. II Timóteo 4, 8).
Rogo sobre vós a intercessão de São Paulo, Apóstolo, para que seja um exemplo na vida de todos vós, presbíteros da Santa Igreja. Que ele vos ajude a, no fim da vida, refletindo o serviço dos senhores ao Senhor, possais declarar: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (II Timóteo 4, 7).
Dado e passado em Roma, na sede da Congregação para o Clero, oito dias do mês de janeiro do ano jubilar de 2021, Semana da Epifania do Senhor.
Dom Raul Gabriel Cardeal Steiner
Prefeito
Dom Idalécio M. Capellari von Klapperschlange e Araújo
Secretário
Dom Mauro S. S. e Araújo Maria Capellari
Secretário
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[1] Exortação Apostólica Pós-Sinodal PASTORES DABO VOBIS, de Sua Santidade João Paulo II, n° 1;
[2] Ibid. n° 70;
[3] Ibid.
