DIRETÓRIO LITÚRGICO
acerca das Ordenações
O sacramento da Ordem encontra o seu centro em Cristo Jesus presente na Eucaristia. Tais sacramentos, intituídos na última Ceia do Senhor, na qual repartiu a sua Páscoa com seus apóstolos, são necessários para assistir e sustentar os irmãos na fé. A Eucaristia, por ser o próprio Senhor que se dá em sacrifício pela humanidade; o sacramento da Ordem, por possibilitar que os filhos de Deus sejam assistidos por seus ministros.
Com a importância desses sacramentos que este Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos volta-se à situação da celebração das ordenações ocorridas no Habbo Hotel. Há certo tempo apareceram algumas dúvidas no clero quanto às rubricas presentes no Pontifical Romano e normas gerais que não são especificadas nele, possibilitando más interpretações ou erros litúrgicos. Deste modo, disponibilizamos este Diretório, a fim de que sirva como instrumento litúrgico para sanar as dúvidas que até o momento recebemos ou notamos nas celebrações de ordenação.
1. Deve ser usada nas ordenações a Missa ritual ''Nas Ordenações'', exceto quando for solenidade, domingo do Advento, Quaresma e Páscoa, ou dias dentro da Oitava da Páscoa, ou festa dos Apóstolos. Nesses dias, celebra-se a Missa própria, tomando as suas orações, leituras e demais características [1].
2. Os paramentos sejam da cor da Missa que se celebra, ou então de cor branca, ou festivos [2].
3. No Habbo, por motivos devocionais, pode-se tomar as leituras e orações de uma festa que não seja dos Apóstolos caso a ordenação esteja sendo celebrada no dia litúrgico em questão. Porém, não se permite a celebração de ordenação com os formulários pelas Diversas necessidades ou de Missas Votivas.
4. Proíbe-se a celebração de ordenações na Quarta-feira de Cinzas, na Comemoração de todos os fiéis defuntos, nos dias da Semana Santa e no Tríduo Pascal [3].
5. ''Fora dos dias indicados nos nn. 1-4 da tabela de precedência dos dias litúrgicos, e festas dos Apóstolos, a Missa em que se conferem as sagradas Ordens, salvo quando se tenha de dizer outro prefácio mais próprio, no caso da ordenação dos presbíteros, pode-se tomar o prefácio da Missa do Crisma'' [4].
6. ''A Ordenação far-se-á habitualmente junto da cátedra; mas, se for necessário para facilitar a participação dos fiéis, pode-se fazer à frente do altar ou noutro lugar mais indicado. Os assentos para os ordenados devem dispor-se de modo que os fiéis possam ver bem o desenrolar da ação litúrgica'' [5].
7. A Profissão de Fé só deverá ser rezada quando for prescrita para o dia em que se celebra a ordenação, por exemplo, um domingo ou solenidade. Sendo assim, se a ordenação for celebrada na Oitava de Páscoa (exceto o II Domingo da Páscoa), festa dos Apóstolos (quando não ocorrer em um domingo do Tempo Comum) ou dia de semana, omite-se o Creio.
8. Faz-se o rito da imposição das mãos em todas as ordenações, no entanto, só é realizado pelos concelebrantes nas ordenações de presbíteros e bispos; na ordenação de bispos apenas os bispos impõem as mãos no eleito.
9. Os concelebrantes não impõem as mãos na ordenação de diáconos.
10. No momento da imposição das mãos os bispos devem estar paramentados com os paramentos comuns da missa e de mitra; caso encontrem-se assistindo, estejam paramentados de sobrepeliz e estola. Os presbíteros estejam devidamente paramentadados caso estejam concelebrando; segue-se a mesma regra dos bispos caso estejam assistindo a celebração de ordenação.
11. Os concelebrantes não devem retirar a casula para impor as mãos no eleito.
12. Os Bispos retiram a mitra antes de se iniciar a Prece de Ordenação.
13. Os concelebrantes repetem a parte em negrito da oração consecratória nas ordenações de presbíteros e bispos, no último caso apenas os bispos. No entanto, diz-se em voz baixa, de modo que a voz do Bispo ordenante principal, possa claramente ser ouvida.
14. Nas ordenações de diáconos e bispos, após a proclamação do Evangelho, retorna-se o Livro dos Evangelhos para o altar, onde permanece até ser entregue aos ordenados [6].
15. Na ordenação de um bispo o eleito veste todos os paramentos sacerdotais juntamente com a cruz peitoral e a dalmática.
16. O Bispo esteja de mitra na Apresentação e no Propósito do Eleito.
17. O Bispo esteja portando o báculo durante o Propósito do Eleito, o depondo ao final para o juramento de obediência na Ordenação diaconal e na presbiteral.
18. O Bispo depõe a mitra e reza a oração que antecede a ladainha. Após a oração, todos se ajoelhem e os eleitos se prostram diante do altar. Nos domingos e no tempo Pascal os eleitos se prostram, mas os demais não se ajoelham.
19. A ladainha de todos os santos deve ser rezada ou cantada integralmente, não omitindo nenhum santo, pois faz parte do rito presente no Pontifical Romano. Permite-se, no entanto, acrescentar, na altura própria, alguns nomes de Santos, por exemplo, do Padroeiro, do Titular da igreja, do Fundador, dos Pastronos dos que vão receber a ordenação, ou algumas invocações mais adequadas às circunstâncias. A ladainha, nesse caso, faz as vezes da oração universal [8].
20. O momento do ósculo e saudação do eleito seja feito de maneira mais ágil possível, a fim de não retirar o foco da celebração.
Rogamos ao Espírito Paráclito, aquele que ''falara pela boca dos profetas'' (Hb 1,1), para que a santa Igreja permaneça sempre fiel à sua liturgia e celebre dignamente os sagrados Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor no culto eucarístico.
Roma, sede do Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, nove de março de dois mil e vinte e três.
+ JORGE Card. MÉDICI
Prefeito
REFERÊNCIAS
[1] Pontifical Romano, p. 65, núm. 23.
[2] Pontifical Romano, p. 67, núm. 30.
[3] Pontifical Romano, p. 65, núm. 22.
[4] Cerimonial dos Bispos, p. 64, núm. 494, d.
[5] Cerimonial dos Bispos, p. 64, núm. 493.
[6] Cerimonial dos Bispos, p. 64. núm. 498.
[7] Cerimonial dos Bispos, p. 65, núm. 499.
[8] Cerimonial dos Bispos, p. 65, núm. 507.