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Carta Adæquationis Ad Rem- Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral

DOM MARLINDO CARDEAL ARAÚJO
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL-BISPO DI SANCTA MARIÆ IN TABOSÆ
PRESIDENTE DO DICASTÉRIO PARA O SERVIÇO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL.

Adæquationis Ad Rem
(Adequação á Realidade)
Sobre a promoção da dignidade da vida humana na realidade virtual.

"Glorietur autem frater humilis in exaltationi sua" (Tg I, IX)
(Que os irmãos humildes se gloriem de sua elevação)

   Como abordado nestes últimos tempos vivemos uma nova era de um encontro mais profundo com o Cristo, um período de desvelamento e de compromisso em abraçar a Cruz que nos remiu. Este ato de abandono de si é caracterizado pela entrega total á Jesus, nosso Senhor. Porém para que esta missão se concretize deve-se estar ciente de que a evangelização não é algo isolado ou figurativo, caso seja essa a nossa concepção enquanto Igreja é vã nossa existência aqui. Nossa missão começa quando formamos clérigos e contribuímos para o crescimento espiritual de tantas vocações que ultrapassam esta tela pixelada e chega até nosso intelecto. Em contrapartida deve-se viver plenamente este sentido evangelizador: a pastoralidade.
   Um pastor que é pastor somente em título é um falacioso e seu múnus é dúbio. O verdadeiro pastor é aquele que, além de pastorear seus auxiliares (clero), se preocupa com as pessoas, com a porção de seu rebanho. Chegou a hora de plantar sementes de pastoralidade, chegou a hora de adentrar em uma realidade pouco conhecida: de uma paróquia que tenha leigos, de uma Igreja que tenha pessoas, não somente clérigos. 
   Porém como fazer isso? Simples: promover a abertura de nossas comunidades, de nossas Igrejas particulares ao povo. Não se assuste, isso não é progressismo, é evangelização. Como assumir um múnus em que não tenha o que fazer? Como irei segurar meu cajado diante de um campo vazio? O que pastorearei? Sonhos? Ilusões? Sim! Comecemos, pois, a investir nesta evangelização real e efetiva. Nosso povo é muito bom e generoso, só precisa ser cativado. Como cativá-los? Os acolhendo, fazendo amizade, tendo boa relação, sendo paciente e afável. Não deve-se tratar os leigos como intrusos em nossos atos litúrgicos, pelo contrário, acolhê-los para que também, junto conosco, celebrem as maravilhas do Senhor.
   Só assim podemos ter uma Igreja sólida. Lendo esta carta pode-se surgir a seguinte dúvida: "Mas nossa missão já não foi efetivada? Vide quantos vocacionados formamos para além desta realidade virtual, quantos jovens que abraçaram a vocação sacerdotal e religiosa por meio deste ambiente!" A Resposta é: Muitos. Porém podiam ser mais. Com uma Igreja de pastores que realmente vivem seu múnus as vocações florescem muito, pois há maior participação, há mais pessoas que conhecem, que estudam e que buscam viver a fé. Isso é questão de mera lógica. 
   Temos uma justa preocupação em mente: a corrida pelas vocações, a fábrica seminarística e formativa. Porém abro com esta carta a mente para mais uma justa preocupação: a formação de uma comunidade. Isso não impede que este povo siga a vocação religiosa e ingressem nos conventos e seminários que possuímos, pelo contrário, seria uma "desintetização" de nosso trabalho, é muito mais fácil colher vocações de uma vinha na qual se semeou e a qual se trabalha todos os dias arduamente do que sair por ai como se estivesse em um safari caçando. Nossa missão de agora em diante é formar cristãos, chamar irmãos para a Luz salvífica da Fé e ajudá-los a alcançar o céu. Lembrem-se que isto não é um mero "jogo", é uma célula viva de uma cristandade aflorada.
   Como pastor, mestre e guia, junto ao povo, saberei edificar o Reino de Cristo entre os irmãos. O intuito desta carta é promover uma abertura á este assunto que muito é comentado mas pouco trabalhado. Assumamos este compromisso de contribuir para a salvação das almas estando abertos ás necessidades de nossos filhos espirituais, suprindo sua sede de Deus e sendo porta-vozes do Cristo, pedra angular.
   Que Maria Santíssima, a Rainha do Céu e da Terra nos proteja e que com seus auspícios cheguemos ao ápice de nossa missão: leigos e leigas evangelizados trabalhando na messe por meio de nossos pastores, que felizes, colherão os frutos árduos da Bem-aventurança na pátria celeste.

  Dado em Roma, no gabinete do Dicasterium ad Integram Humanam Progressionem Fovendan, aos XXV dias do mês vocacional de agosto do ano da Graça de N.S.Jesus Cristo de MMXX.



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 Presidente do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral