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Carta ao Clero - Judas Iscariotes

DOM JOÃO MARIA CARDEAL KEKEISON
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL PROTO-PRESBÍTERO DI SANCTI FRANCISCI ASSISIENSIS AD RIPAM MAIOREM
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CLERO

CARTA AO CLERO
JUDAS ISCARIOTES

Aos reverendos padres e diáconos a mim confiados nesta breve missão e a todos que estas letras chegarem, graça e paz do Bom Deus!

"Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”." (Jo 13, 26-27). Jesus, sendo Senhor de tudo, além de fazer-se homem, reuniu uma comunidade em seu torno. Dentre ela, pecadores e homens em construção; durante toda caminhada, Judas estará dentre os apóstolos e o proclamará seu Mestre, Jesus, e o servirá.

Porém, sua derrota está em ter Jesus como Mestre, pois o mestre pode ser superado pelo aprendiz. Como Pedro se dirige correntemente a Jesus, ele é Senhor e deve ser Senhor de nossas vidas, pois o Senhor ensina se quiser, mas sempre é o ordenante dos servos, estará sempre a cima.

Por muitas vezes falamos e pregamos sobre o Amor, quem Ele é e como Ele vem a nós, mas o fato é que esquecemos de olhar e perguntar: somos Amor? Temos vivido como pastores cheios de Amor para pregar e para dar, ou temos sido sangue sugas e, como Judas Iscariotes, aproveitado dos status e vivido a Palavra do jeito que queremos?

O Presbiterado e as Promessas

"Fazei isto em memória de mim" (Lucas 22, 20). A nós, clérigos desta Santa Igreja, foi confiado a autoridade da celebração dos santos sacramentos, o poder de trazer o próprio Corpo e Sangue de Cristo sobre o altar. Esse é o nosso sacerdócio junto a Cristo, a nossa vocação é servir e dar os meios de amor e salvação aos fieis, e também ao clérigo próximo.

Contudo, esta missão só se faz por meio da administração e organização de uma instituição: Santa Igreja. "E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (Mateus 16, 18). Devemos ter confiança que esta Igreja está sendo governada pelo Espírito Santo, do papa ao fiel leigo, pois senão toda obra será falha e oriunda de um ego e ganância de crescimento pessoal.

Assim, se não desejarmos assemelharmo-nos a Judas Iscariotes, examinemos sempre a Lei, "Guarda a lei e ela te guardará"(São Bento), e analisemos se estamos mantendo nossas promessas diante de Deus e a Igreja. (reflitam-se promessas diaconais presbiterais.)

A Vivência Hierárquica

"E Jesus disse-lhes: “Os reis dos pagãos dominam como senhores, e os que exercem sobre eles autoridade chamam-se benfeitores. Que não seja assim entre vós; mas o que entre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo. Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós, como aquele que serve." (Lucas 22, 25-27).

"A hierarquia é uma organização entre os membros de um grupo, com graus sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades." (Apostila Bom Pastor). Como todo conjunto social, a presença de uma administração e legislação para a ordem sentem-se necessárias, eis que em nosso meio há uma disposição entre sacramentos e cargos para manter o funcionamento desse organismo eclesial. 

A Obediência nos é uma promessa, estamos para servir e nenhum mandato superior nos chega para o mal; sabido que qualquer ordem pecaminosa deva ser denunciada e não cumprida. E, para além da jurisdição, a obediência é mandamento: Honrar pai e mãe, e todo legitimo superior. Quando falamos do quarto mandamento, devemos lembrar que honrar seus superiores é lei de Deus e caminho da verdadeira humildade e serviço que Jesus pregou. 

O novo, a ordem, aquilo que nos tira do conforto e vem de cima sempre será desafiador e pode gerar dificuldades, mas não deve ser motivo para desordem. Nossas vidas como missionários é de constante mudança, é de prontidão para o que vier. Quando nos disponibilizamos ao serviço, no submetemos as delegações de outros diáconos e padres, bispos, arcebispos, núncios, prefeitos e o Santo Padre. 

Portanto, em linhas diretas, se não somos capazes de aceitar uma nomeação específica, uma transferência de arquidiocese, etc, como poderemos ser bons servidores na vida real? Veja, o habbo é um grande laboratório para nossa missão social e evangelizadora. E mais, questionamos nomeações que não são oportunas, mas ainda assim desejamos "postos" altos, então nos filiamos ao sacerdócio de Judas Iscariotes, buscando o nosso crescimento e nossa visão de Igreja, e não o de Cristo.

A Falsidade e Intriga no Clero

“Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”, (João 13, 21). Somos Cristos, somos batizados, crismados, ordenados sempre na busca de configurarmo-nos mais e mais a imagem e ao ser de Jesus, e ainda hoje, do seio da Igreja, surgem Judas que entregam o seu irmão, o bispo, o cardeal, o papa, o Cristo, com difamações, escândalos e caos desnecessários. 

Constantemente chega a Congregação para o Clero algum caso de difamação, de discórdia e de desobediência; todos sem cabimento, puros atritos por atritos. Onde está nosso sacerdócio cristão? Onde está a outra face? Ou só queremos as nossas 30 moedas e ponto?

Sinceramente, aconselho a leitura dos documentos e do direito canônico, pois uma hora a penalidade chegará e novamente irão querer causar a discórdia, mas não há como fugir e nem pagar o mal com o mal. Maturidade! É o que precisamos. Contudo, antes de chegar a esse nível penal, recorramos a fraternidade! Somos irmãos, estamos no púlpito diariamente. Do que adianta pregadores da salvação, da santidade, das lutas sociais, se nos bastidores não temem ser o próprio satanás causando discussões e desunião?

"Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso todos conhe­cerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”." (João 13, 34-35).


Conclusão

Estamos diante de um caminho santo ou queremos ser Judas Iscariotes? Pois eu vos convoco, aquele que visa apenas o seu próprio bem, discorda de como Cristo comanda a salvação, que trai o seu irmão, peça a demissão e vá viver assim no mundo. Esse é o perfil que não agrada a Deus e não está apto a viver o sacramento da ordem. Portanto, como sempre, o Amor se faz presente e é a fonte de toda santidade, o Amor explica tudo e compreende todas as virtudes que precisamos em um único termo. 

"A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (I Corintios 13, 4-7).

Rezo e espero que neste tríduo pascal possamos mais um vez viver com amor a história de salvação que Jesus nos deu e é memoriada em toda celebração. Seja uma passagem em nossas almas e floresça nos corações as virtudes, mantendo a chama de Cristo acessa. Nossa Senhora da dores, rogai por nós.

Dado em Roma, aos trinta e um dias do mês de março do ano Jubilar de dois mil e vinte e um. 

Prefeito