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Decreto - Diretório Litúrgico para a Semana Santa

 



DOM DANIEL PAULO CARDEAL STRAMANTINO
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO DE FRASCATTI E
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS

A todos aqueles que este lerem,
Saudação no Senhor.

Chegou o grande momento de celebrarmos com exultação o Mistério Pascal do Senhor. O Cristo entra na cidade santa de Jerusalém, aclamado pelo povo, que é traído por Judas, lava os pés dos discípulos, celebra sua Ceia, se angustia no jardim, é julgado, condenado, açoitado e crucificado, sofre a Paixão e morre na Cruz, naquele mesmo lugar onde está o crânio de Adão. Alguns passos dali, Cristo é sepultado, desce a mansão dos mortos e ressuscita vencendo a morte e dos infernos voltando vitorioso. A Igreja celebra todos os anos com grande fervor estes mistérios na Semana Santa, sobretudo no Tríduo Pascal, onde está atenta aos passos do seu Mestre.
Para este ano de 2020, de acordo com as rubricas e com o Motum Proprium Solemnitatis Domini do Santo Padre João Paulo IV de 2015, seguem as observações que decretamos como norma para a celebração da Semana Santa:

Inicialmente gostaríamos de corrigir uma questão já levantada. A Semana Santa não é adiada nem atrasada uma semana, visto que é o centro do Ano Litúrgico e tem data estipulada pela lua, conforme a tradição. Portanto, ela será celebrada entre 5 e 12 de abril. Entre 29 de março e 4 de abril celebramos a V Semana da Quaresma e de 12 a 19 de abril celebramos a Oitava Pascal.

Em nenhum dia da Semana Santa pode-se ordenar alguém ou dedicar alguma Igreja. Nenhum dia permite alteração na liturgia.

Aos que celebram a forma extraordinária, só seguem o que dispomos a seguir em relação aos horários.

Sábado antes de Ramos
Onde for possível celebrar a Missa de Ramos no Domingo, no sábado celebrar-se-á até às 17h a Missa do Sábado da V Semana da Quaresma, onde veremos Jesus que chega a Jerusalém e chora ao avistar a cidade Santa.
Onde não for possível celebrar a Missa de Ramos no Domingo, ela será celebrada no Sábado em qualquer horário. Ou, em caso de verdadeira necessidade, como permitido pelo Motum Proprium Dies Domini do Santo Padre João Paulo V em 2016, será celebrada na noite da sexta-feira.

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
Dando oficialmente início na Semana Santa celebramos o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Celebrada a qualquer hora do domingo, a liturgia consta de dois momentos: procissão e missa. A procissão pode ser feita na rua, pode ser feita a entrada solene, ou a entrada simples. A procissão e a entrada solene fazem-se do mesmo modo, como disposto em nosso Semanário Litúrgico e no Missal Romano. Onde se fizer a entrada simples, não se lê a entrada em Jerusalém e se diz o Ato Penitencial.
Para essa missa não se esqueça de ornamentar o altar com Ramos, de preparar um lugar para o primeiro Evangelho, seja na rua ou na porta da Igreja, e ainda, separar os leitores do Evangelho da Paixão. Neste dia pode-se omitir as leituras e ler apenas o Evangelho, a juízo do celebrante. Neste Evangelho não se levam velas ou incenso.
Mais rubricas se encontram no rito.

Segunda, Terça e Quarta-Feira Santas
Estes dias, de celebrações de rico simbolismo, devem ser celebrados com fortes momentos de meditação sobre os acontecimentos ligados aos últimos dias antes da Páscoa do Senhor.
Nestes dias são recomendadas diversas formas de piedade popular: Procissões, Via-Sacra, Terço e outros modos de viver este momento. A cor litúrgica para essas atividades é o roxo.
Na noite da quarta-feira pode ser rezado o ofício das trevas, do mesmo modo que nos outros dias pode-se recitar publicamente as horas canônicas.

Missa do Crisma
A bênção do óleo dos enfermos e dos óleos dos catecúmenos e a consagração do Crisma são feitas normalmente pelo bispo na Quinta-Feira da Semana Santa, na Missa própria, que deve ser celebrada pela manhã.
Se for difícil reunir o clero e o povo neste dia com o bispo, pode-se antecipar a bênção, sempre, porém nas proximidades da Páscoa e com Missa própria.
Não há mais de uma Missa do Crisma por diocese ou arquidiocese. Ela não é celebrada nas dioceses titulares.
Esta Missa, que o bispo concelebra com seu presbitério, seja como um sinal de comunhão dos presbíteros com o seu Bispo. Convém, portanto, que todos os presbíteros, tanto quanto possível, participem dela, e nela comunguem sob as duas espécies. Para exprimir a unidade do presbitério da diocese, sejam de várias regiões da diocese os presbíteros que concelebram com o Bispo.
Na homilia, o Bispo exorta os seus presbíteros a serem fiéis aos seus cargos e convide-os a renovarem publicamente as promessas sacerdotais.
Nessa missa, independente de ser celebrada na Quinta-Feira Santa ou antes, usa-se a cor litúrgica branca ou festiva e ornamenta-se o altar com flores.
Prepare-se, antes da missa, as ânforas para os óleos e para o Crisma.

Missa Vespertina na Ceia do Senhor
“A Solenidade da Ceia do Senhor poderá ser celebrada durante todo o dia da Quinta-Feira Santa, desde as laudes até as completas, portanto das 6:00 hrs as 21:00 hrs.” (Solemnitatis Domini  (SD) do Papa João Paulo IV – Art.1 §1)
Deste modo, dê-se preferência para celebrar a Missa na Ceia do Senhor pela tarde e início da noite, se não for possível, celebre-se outro horário do dia. Permitimos, aqui, que essa celebração se inicie mesmo após às 21h, mas de modo que termine antes das 00h. Se ainda sim não for possível celebrá-la em alguma igreja paroquial, celebre-a após as 21h da Quarta-Feira Santa.
Segundo antiga tradição da Igreja, proíbe-se neste dia qualquer Missa sem povo (na realidade habbiana, deve haver ao menos um concelebrante ou assistente).
Para essa missa observe-se que o sacrário deve ter sido esvaziado e sua luz apagada antes da missa. Se, de algum modo, for possível demonstrar o vazio do sacrário, seja feito. Do mesmo modo, prepare-se antes da missa e fora do presbitério ou, se possível, da igreja – mas ligado a ela – o altar da reposição: Um lugar, ornamentado, onde ficará a reserva Eucarística numa urna ou sacrário, para a adoração dos fiéis. Para a transladação do Santíssimo não se retira a casula e nem se usa ostensório. Se coloca o véu umeral sobre a casula e se leva o Senhor envolto pelo véu umeral na âmbula.
O rito de lava-pés é opcional. Nessa missa recomenda-se o uso de incenso. Os paramentos são brancos ou festivos. A igreja pode ser ornada com flores.
No Hino de Louvor tocam-se os sinos e campainhas. Depois disso elas ficarão silenciadas (retiradas, se possível), até serem tocadas no Glória da Vigília Pascal.
Ao fim da missa retire-se da igreja todas as flores, velas, toalhas, matos, enfim, todo e qualquer tipo de enfeite que não faça parte da estrutura. Se as imagens não foram veladas, vele-se a cruz, ou retire-a, se for possível.
Observe-se mais detalhes no rito.

Celebração da Paixão do Senhor
“A Celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo poderá ser celebrada na Sexta-Feira Santa, como de costume, porém, desde a manhã da Sexta até manhã do Sábado, portanto das 6:00 hrs da Sexta-Feira até as 12:00 hrs do Sábado.” (SD Art. 1 §2) isso reafirmamos, lembrando que se deve valorizar a realização desta celebração na próxima Sexta-Feira Santa.
Na Sexta-Feira Santa e Sábado Santo, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos.
O altar esteja totalmente despojado: sem cruz, castiçais ou toalha.
O sacerdote e o diácono, de paramentos vermelhos como para a Missa, isso é, o sacerdote de casula e o diácono de dalmática. Os paramentos sejam simples. Não pode-se usar capa de asperge, nem paramentos negros.
Neste ofício os bispos lembrem-se que: Não se usa dalmática sob a casula; Não se usa anel; A Mitra deve ser completamente branca (a do papa com detalhes dourados); Não se usa báculo ou férula; Se for arcebispo ou gozar do uso do pálio, não usa-o.
O principal desta celebração é a leitura da Palavra de Deus, pois o povo se reúne para acompanhar o mistério da Morte de seu Divino Mestre. Por isso, não se corte ou retire leituras das Escrituras, integral ou parcialmente.
A comunhão não retorne nem para o sacrário e nem para o altar da reposição.
Observe-se as rubricas do rito.

Sábado Santo
Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição.
Tanto depois da Celebração da Paixão, como no Sábado Santo pela manhã e tarde, pode-se promover celebrações com o Senhor Morto, como o Sermão das 7 palavras, procissões, Via-Sacra, ou outros modos de piedade popular.

Domingo da Páscoa – Na noite Santa: Vigília Pascal
“Por sua vez a Vigília Pascal, mãe de todas as vigílias, deve ser celebrada apenas durante toda a noite e madrugada do Sábado Santo, porém, para o bem do povo de Deus, poderá se realizar a Santa Missa da Pascoa do Senhor com a benção do fogo novo e todo o rito da Vigília Pascal até a noite do domingo, portanto das 18:00 hrs do Sábado até as 22:00 hrs do Domingo” (DS Art. 1 §3).
Ao disposto por João Paulo IV acrescentamos que: A Vigília deve ser celebrada a noite. Se não puder ser rezada na noite ou madrugada do Sábado, tendo consciência da importância do rito da Vigília Pascal, seu rito pode ser usado para a Missa da Páscoa na noite do Domingo.
Se em nenhum desses dias puder celebrar, o sacerdote irá celebrar em uma das noites da Oitava Pascal – visto que todos os dias da Oitava são um só domingo – mas, só onde for igreja paroquial. Lembrando que, após a sexta-feira Santa, essa é a primeira celebração que deve ocorrer naquela igreja. Por isso, se já houve outra celebração Eucarística depois da sexta-feira Santa, não se reza a Vigília naquela igreja.
A Basílica do Santo Sepulcro é o único lugar no mundo que pode celebrar essa Vigília na manhã do Sábado Santo, pois, ali, o local se sobrepõe ao tempo.
Segundo antiquíssima tradição, esta noite é ''uma vigília em honra do Senhor'' (Ex 12,42). Assim os fiéis, segundo a advertência do Evangelho (Lc 12,35ss), tendo nas mãos lâmpadas acesas, sejam como os que esperam o Senhor, para que ao voltar os encontre vigilantes e os faça sentar à sua mesa.
Toda Vigília Pascal seja celebrada durante a noite, de modo que não comece antes do anoitecer do sábado e sempre termine antes da aurora de domingo. Foi João Paulo V que permitiu que essa Vigília seja celebrada na noite de um dos dias da Oitava Pascal, onde ela ainda não tiver sido celebrada.

Mesmo celebrada antes da meia-noite ou em outros dias da Semana a Missa da vigília é a verdadeira Missa do domingo da Páscoa.
O sacerdote e os ministros vestem paramentos brancos, como para a Missa ou cor festiva.
Preparem-se velas para todos os que participam da vigília.
Observe-se que todas as rubricas para a celebração desta missa. De modo especial destacamos que: Dispomos no Semanário 3 leituras, se for o caso  podem-se fazer apenas duas ou, usando o Missal Romano, acrescentar-se mais leituras do antigo testamento. A terceiro leitura (Êxodo 14) e seu salmo nunca podem ser excluídas.
Prepare-se, para essa missa, o círio pascal e seu suporte, a fogueira, as flores e a pia batismal, além de todo o restante para uma solenidade.

Domingo da Páscoa – Missa do Dia
As comunidades que na noite do Sábado para o Domingo da Páscoa celebraram a Vigília Pascal ou aquelas que não celebrarão a Vigília e não usarão Círio Pascal, podem no dia celebrar a segunda Missa da Páscoa. Estes 8 dias que decorrem da Noite Santa são celebradas com a mesma exultação do dia da Páscoa do Senhor. E, por 50 dias, a Igreja proclamará: O Ressuscitado vive entre nós!

Conclusão
Esperamos que toda a Santa Mãe Igreja e seus filhos dispersos possa exultar com a celebração dos mistérios do seu Divino Mestre que morrendo destruiu a morte e ressurgindo deu-nos a vida. Que esta Semana Santa tão difícil para nós pela questão do COVID-19 não deixe de ser celebrada com fé e amor pelas redes sociais e TV´s com transmissões ao vivo, e que possamos celebrá-la também em nossa realidade, pedindo ao Senhor, como os judeus, que ano que vem celebremos a Páscoa em Jerusalém, isto é, na morada do Senhor. Agora, porém, é preciso aprendermos a adorar o Senhor em Espírito e verdade e em nosso próprio coração.
Que a Virgem Maria, a Mãe das Dores e a Mãe que se alegra com a ressurreição de seu Filho, interceda por nós e pelas celebrações da nossa Semana Maior, para que, contemplando a morte e ressurreição de Jesus, um dia também nós possamos nos unir a ele na Páscoa eterna.
Dado em Roma, no nosso gabinete, dia vinte e quatro de março de dois mil e vinte.

+ Dom Daniel Paulo Cardeal Stramantino
Prefeito