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Carta ao Clero - In Domo Patris

 
DOM MARLINDO CARDEAL ARAÚJO
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL-BISPO DI SANCTA MARIÆ IN TABOSÆ
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CLERO

Carta In domo Patris (Na casa Paterna)
Sobre o retorno dos filhos pródigos á Casa do Pai

"Unum ovile et unus pastor." (Jo X, XVI)
"Um só rebanho e um só pastor"


    Anteriormente na Carta "Caritatem Fraternitatis" tratou-se do amor que deve-se ter para com o reino do Senhor no qual trabalhamos, e isto engloba também o amor pelos irmãos operários, que assim como nós, também trabalham na vinha. A Igreja viveu um período de descoberta, onde percebeu-se que a missão nesta realidade virtual é somente uma: Evangelizar unida no Cristo, que é Um com o Pai, e cabeça de sua Igreja (Jo 10, 30). Ser um com o Pai significa unidade, primazia e solidez, onde divisões  são obstáculos para esta evangelização e ação do Espírito Santo. "Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir." ( Mt 12, 25).

   Portanto a unidade é um sinal de desprendimento, onde não me  importo comigo mesmo e sim, e unicamente, com a propagação do Reino de Deus. Quão suave é a alma que vive somente para Deus não se importando com qualificações, reconhecimentos ou glórias advindas deste mundo terreno, uma alma que extirpa todo o orgulho demoníaco que consome o espírito e constrói barreiras levando muitas almas á perdição. A humildade precede todas as virtudes, por isso um clero sem humildade perece e logo seca, pois não está unido á videira verdadeira e não nutre-se da divina seiva que é Cristo. "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." ( Jo 15, 5). Ser humilde é reconhecer que não existe o Eu, existe o Cristo e que sem Ele nada posso fazer.  "Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gl 2, 20).

   Reconhecer isto é dar o primeiro passo de volta para a casa paterna onde o Pai nos aguarda ansiosamente e também os demais filhos que estiveram com Ele.

Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. (Lc 15 22-24)

   O Pai aguarda ansiosamente o filho pródigo e quando o avista corre para abraça-lo. O Pai é Deus e cabeça da Igreja, que é seu corpo. Os braços somos nós e eles além de trabalharem possuem a função de amar, acolher e abraçar "[...] pois Deus nos amou por primeiro" (I Jo 4, 19). E aqui há uma classificação entre aqueles que são verdadeiros discípulos do Senhor: "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros" (I Jo 4, 8, 11). A exortação é simples: quando extirpo meu egoísmo eu passo a viver somente para Deus e nada mais deste mundo pode me afetar, nem mesmo a torpe ganância ou a sede pelo poder, fama ou honradez diante dos homens. Amando somente a Deus eu saberei amar aos irmãos que Ele me concede diariamente. Precisamos ser inteligentes: "Não murmureis entre vós!" (Jo 6, 43). Não murmurar significa aceitar com paciência que a vontade de Deus é maior que a nossa, assim me santifico ainda mais e a cada dia estarei mais próximo d'Aquele que nos amou por primeiro e do qual nos nutrimos a cada dia.

   Por fim exorto-vos a não vos deixar levar pela insensibilidade diante dos irmãos, pois um coração duro afunda-se no mar do egoísmo, assim como o carro do faraó afundou como chumbo em meio as águas agitadas enquanto o Povo era libertado do poder do prepotente e conduzido com carinho para a terra prometida. (Ex 15) Acolher, amar e  respeitar, caminhando para uma unidade cujo objetivo é unicamente e exclusivamente evangelizar, esta é nossa Missão. 

   Rogo á São João Maria Vianney, patrono dos sacerdotes, que possa nos inspirar a sermos verdadeiros pastores, servindo a Deus nos irmãos.

Dado em Roma, no gabinete da Congregatio Pro Clericis, aos IV dias do mês de agosto do ano da graça de N. S. Jesus Cristo de MMXX.                                                                 _________________________________________            Prefeito da Congregação para o Clero