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Carta Communitates Solidum - Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral

 
DOM MARLINDO CARDEAL ARAÚJO
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL-BISPO DI SANCTA MARIÆ IN TABOSÆ
PRESIDENTE DO DICASTÉRIO PARA O SERVIÇO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL.

Communitates Solidum
(Comunidades Sólidas)
Sobre a necessidade da formação de um laicato sob sólidas bases de amor e fraternidade.

Ecce quam bonum et quam jucundum habitare fratres in unum. (Psalmo CXXXII, I)
(Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos).

    Em nossa primeira carta colocamos em voga e abrimos os caminhos para uma discussão sobre as relações entre o clero e o laicato, que até então consideravelmente, são quase nulas. Para que este dicastério subsista é necessária a construção de comunidades completas, não somente de clérigos, e sim de clérigos que conduzam um povo. É preciso ter um povo para conduzir, guiar e proporcionar os aspectos necessários para a conversão e salvação de cada alma. Um pastor sem ovelhas é como uma carruagem sem rodas, algo alegórico. Entendo que este comentário adentrou em demasia em aspectos intocáveis, pois muitos de nós enxergamos os leigos como inimigos. Sentimo-nos como colonizadores em meio a uma plebe selvagem, porém cruzamos os braços e não fazemos nada para trazer este povo á luz da verdade. Quando um leigo adentra em uma igreja durante um ato litúrgico, em primeiro momento, fica sem entender o que se passa, pois é  estranho ver  que exista uma Igreja em um jogo onde o intuito é a diversão e o lazer. Da mesma forma que o presbitério, repleto de clérigos, aqui abro um parêntese, onde se o presidente da celebração não for assistido por outro, o mesmo simplesmente cancela o ato litúrgico ou o remarca para outra oportunidade em que o clero poderá participar.

    O erro que este Dicastério critica, imbuído de sua autoridade  outorgada por esta Sé Apostólica,  é este: a preocupação de clérigos em serem assistidos por outros. A Igreja pode ter meia dúzia de leigos perdidos assistindo tudo, mas não é o suficiente: o não ter um outro clérigo para responder ás invocações é um desafio. Aqui trago a solução salvífica e talvez odiosa para muitos dentre vós: formar os leigos. 

    A expectativa desta Nova Era é que o clero, já bem formado e enraizado, proporcione a mesma solidez ao povo. Basta criar amizades, acolher e tratar bem. É preciso dar o primeiro passo: se interessar pelos fiéis. Quando um leigo adentra em uma igreja, o saúde, pergunte se ele está bem e ofereça conforto espiritual. O pastor é esse, que mostra a salvação e é tido como modelo de vida por todo o seu povo. Não é Pastor aquele que maltrata suas ovelhas, independente se estas são clérigos ou leigos. É pastor aquele que demonstra amor, pois o amor arrasta multidões de corações sinceros. O intuito desta breve carta é esse: um apelo ao primeiro contato para com os leigos, um apela á promoção de eventos e atividades das quais se cative fiéis.

    Porém não é isso que vê-se: a grande maioria dos leigos adentram nas igrejas para causar desordem e arruaça, com isso, o clero cria resistência e os vê como servos inúteis. Dou-vos razão, porém é dever do Pastor insistir. Vá! Busque a ovelha perdida! (Lc 15, 3-7) Não expulse, congregue na unidade. Na última carta abordei sobre um fato do qual intitulei como "corrida seminarística", onde se busca incansavelmente jovens para ingressá-los no seminário e com isso aumentar as vocações. De fato, isso trouxe bons resultados, porém não é sobre esta aproximação que este Dicastério reflete. Sobre isto não se comentará nada. O cerne deste Dicastério é a formação de fiéis, que possuam suas vidas fora da Igreja em meio ao orbe habbiano. Plantemos uma vinha e dela colheremos vocações abundantemente. 
  
     Portanto é hora de agir! Incluamos em nossas inúmeras preocupações a formação laical e promovamos em nossas (Arqui) Dioceses, paróquias e comunidades eventos apropriados com o intuito de aproximar os fiéis que de longe observam o trabalho na Vinha. Com isso, futuramente, se poderá discutir sobre a formação permanente destes fiéis, introduzindo-os nos organismos de nossas Igrejas particulares.

    Rogo á Santíssima Virgem Maria, a Senhora Auxiliadora dos Cristãos que inspire os pastores a cativarem suas ovelhas para que as mesmas tenham e reconheçam o cheiro do Pastor.

    Dado em Roma, no gabinete do Dicasterium ad Integram Humanam Progressionem Fovendan, aos XXV dias do mês vocacional de agosto do ano da Graça de N.S.Jesus Cristo de MMXX.