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Carta ao Clero pós-Assembleia - Congregação para o Clero

 
DOM JOÃO MARIA CARDEAL KEKEISON
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL PRESBÍTERO DI SANCTA MARIAE MATRIS PROVIDENTIAE IN MONTE VIRIDI
PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CLERO

A todo querido clero, aos fieis leigos e aos que estas letras chegarem, Paz e Graça de Deus, Nosso Senhor.

"A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo." (Efésios 4, 11-13).

O Bom deus em sua sabedoria eterna nos aprouve eleger homens ordenados de forma excelentíssima ao apostolado de Cristo, o qual seriam o próprio Cristo a trazer o perdão e seu Corpo Místico. Contudo, como dito por nosso diácono João na Assembleia, o coração não bate sem o mandato do cérebro e o cérebro não manda sem receber do coração o sangue (oxigênio). Assim aquele Espírito que sopra sobre os sacerdotes ministrados, sopra também sobre todos o que se fazem filhos de Deus em diversidade de dons e serviços; sendo necessário que para o autossustento de um corpo, e também a Igreja, a diversidade de membros em união formando um organismo vivo.

"Jesus Cristo é aquele que o Pai ungiu com o Espírito Santo e constituiu 'Sacerdote, profeta e Rei' ", CIC 783. Todo batizado, povo de Deus, torna-se Corpo de Cristo e assumi as mesmas responsabilidades do Cristo Cabeça. São chamados a ser sacerdotes pois batizados tornam-se por especial unção abrigo do Espírito Santo e sacerdotes santos. Chamados a serem profetas, uma vez que conhecedores da fé passada pelos santos, tornam-se testemunhas de Cristo. E, por fim, chamados a serem reis, pois o Cristo Cabeça é o Rei que serve aos seus e se faz servidor, assim o cristão deve reinar servindo, em especial aos pobres e sofredores.

Todo empenho empregado, nos dias de preparação e nos três dias efetivos de Assembleia, visou a busca da homeostase (equilíbrio) deste corpo. Uma vez que fugimos dos erros, a dizer a laicização do clero e a clericalização do leigo, e lutamos para tornar viável, potente e agradável o trabalho unificado da diversidade vocacional de nossa Igreja. Portanto, se este mal nos atinge, cabe a nós, uma vez convidados a sermos a cabeça deste corpo com Cristo, a partir desta análise que a assembleia nos permitiu, nutrir nosso corpo eclesial destas máximas que possibilitarão o crescimento saudável de nossos membros.

Sendo práticos nesta missão, trago-vos da assembleia o que tiro de aproveito para nossa iniciativa como pastores e párocos. Porque sabemos a dificuldade de nossa tarefa, mas que atuada desde já com esta linha de partida, que é um auxilio, a tornaremos real e englobadora.

Há em unidade dos discursos a prioridade da VONTADE e a EDUCAÇÃO, seja do padre ou o leigo; a vontade de sair e se doar, a vontade de crescer, vontade que se entende também como esforço. Essa vontade que nos deixar levantar para um novo dia e não esmorecer na primeira queda. Portanto, se nós, clérigos que desejamos e nos deixamos formar, não temos mais essa vontade pela igreja, precisamos retornar e rever qual é a fonte da vontade, pois, que deve ser, Cristo anunciado a todas as nações e em todos os lugares. Querendo ser sacerdotes, precisamos agir como um, mas não apenas nos ritos. Claro, é o ápice de quem entra no clero: querer celebrar. Porém, celebrar pra quem?

O celebrante faz a missa para a salvação das almas, mas essas almas primeiro precisam ser tocadas para quererem estar e ser missa, sacrifício. Vejo que o clero precisar ser mais simpático, as vezes perdemos a chance de dar atenção a alguém por que queremos fazer só ritos e ritos engessados. Ao celebrar, por muitas vezes, o fazemos de forma automática, e, por isso, vos pergunto por que não fazer daquele momento para observar, sussurrar, cativar os que estão na assembleia, seja baderneiros ou apenas visitantes?

As atitudes duras, como mutar e expulsar, apenas fortifica a rebeldia. Aos que causam confusão, deem antes do punho firme a outra face, pois são diversas as vezes que uma alma é quebrantada pela humildade diante o escárnio e agressividade. Se passarem a eles a seriedade, a serenidade e o amor ao tratarem e ensinarem o que estão a fazer, o caminho será menos árduo. Aqui vos deixo minha tristeza pelos gritos e aspereza com que clérigos tratam, mesmo em público, os que vem até nós e mesmo que esses atrapalhem, é visível que por inocência e ignorância do que estamos a realizar; eis que Caridade se faz a melhor das armas. Já aos que ouvem e ficam em nossa presença, se dê a formá-los, a prepará-los, e tornar a participação ao culto acessível, pois muitos entram na missa e não sabem nem o que fazer. É mister a formação dos interessados, mas antes disto, tornar público sempre o acesso ao culto. Muitas paróquias fazem folhetos, o que torna o manuseio facilitado para aqueles que ainda não aprenderam a manusear um missal, por exemplo. Assim, parta de cada um as escolhas, mas a unidade sempre ajuda, pois que se unidos criarem uma formação aos leigos, não pesará a ninguém e trará mais pessoas. 

Apoio a ideia de que os párocos e todo clero se abram a criar pastorais, movimentos, eventos onde a participação seja concreta, abra espaços para os leigos agirem, criarem, amarem. Um exemplo básico é o canto, abri espaço para os leigos se expressarem e tornar aquele momento deles. Muitas vezes somos chamados de bot porque ficamos na mesmice dos atos, tudo rígido. A evangelização em um mundo tão atrativo torna imperiosa a criatividade, que junto a vontade nos retira do conforto para ir além do comum.  

Por fim, mas não menos importante, a educação, ou melhor a Caridade infusa, seja vosso alicerce quanto pastores, que em tudo que fazem e falam deve passar pelo filtro do amor. Não há como acolher, formar, evangelizar sem antes trabalhar com empatia e caridade para com o próximo. Por isto, a minha prece a todo clero, é que tomem novamente sua missão e tendo ouvido os conselhos, os testemunhos e as práticas, firmemos o nosso viver em um SER CRISTO, e o Cristo é aquele que mesmo sendo portador da salvação é aquele, que despido do status, se ajoelha para lavar os pés dos seus. 

Dessarte, a vontade aliada a criatividade, pois uma brotará da outra, seguiremos um caminho com diversas formas de atrair e promover o evangelho, mas recordando que a essência sempre será a educação e o amor. Ao invés de sermos chefes de hierarquia, sejamos mães, que vendo o seu filho perdido e atordoado, o acolhe em seu regaço e ensina com paciência, apresenta a vida e convida a uma nova chance, porque para nos derrubar já basta o mundo.

Somos Cristos, então sejamos Caridade.

Adaptando as falas de Dona Kate: Se as portas do clero foram abertas para nós, demos a oportunidade de abrir as portas para os que são chamados a vida não ordenada, nossos leigos.

Dado em Roma junto a seda da Congregação para o Clero, no dia 20 do mês de Abril do Ano da Graça do Senhor de 2020. 

+João Maria Cardeal Kekeison
Prefeito da Congregação para o Clero