SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ
Instrução Sicut Extranĕus (Como estrangeiros) sobre a migração temporária da Santa Igreja do Habbo Hotel
INTRODUÇÃO
Diante da instabilidade registrada pelos servidores do Habbo Hotel na primeira quinzena deste mês e a consequente mudança para um hotel pirata, nomeadamente Iron Hotel, este nosso Dicastério recebeu uma série de questionamentos, aos quais desejamos, à luz da fé, responder. Como parte da missão deste Dicastério é “promover e proteger a doutrina sobre a fé e os costumes da tradição e do magistério católico” (Bento V, Constituição Apostólica Ostium Ovium, Art 27), o fazemos de forma sucinta e adequada para o presente momento.
Por este motivo, lançamos esta Instrução, motivados pela necessidade de esclarecer pontos fundamentais a respeito daquilo que já foi afirmado em tempos de outrora pela Santa Igreja, com o desejo de preservar o depósito da fé e também prover a reta organização do povo de Deus, bem como promover “adequada refutação dos erros e das doutrinas perigosas, difundidos no povo cristão” (Bento V, Constituição Apostólica Ostium Ovium, Art 30 §3).
OS DESAFIOS DO TEMPO PRESENTE
Além das mudanças que já havíamos denunciado na “Carta aberta – Campanha #SaveHabbo”, publicada pelo Santo Padre e apoiada por diversos outros clérigos signatários, a impossibilidade de login por parte de membros do clero e fiéis agravou ainda mais esta situação. Isto, somado aos sucessivos erros da plataforma, impossibilitam o bom êxito de nossos trabalhos pastorais e, até mesmo de nossa organização e união clerical.
“Nos indigna que, mesmo após mais de dois anos do anúncio oficial da Adobe sobre a desativação do Flash Player, o desenvolvimento de uma nova tecnologia tenha sido pensado apenas nos últimos meses. Causa-nos ainda mais espanto que a nova plataforma afete também a sistemática do Habbo Hotel e sua economia” (Bento V, Carta aberta – Campanha #SaveHabbo).
Assim sendo, diante de diversas adversidades apresentadas, o Sumo Pontífice, em conversa com demais cardeais, estabeleceram uma ida temporária a uma plataforma pirata, autodenominada Iron Hotel. A estada neste espaço online não é, nem pretende ser e não poderá ser permanente. Isto porque tal situação acontece apenas em caráter emergencial, dado o que nos revela o Magistério da Santa Igreja a respeito destas plataformas online.
A DISCIPLINA SOBRE HABBOS PIRATAS
A criação de Igrejas Particulares em hotéis piratas provou ser ilícita, já que estas plataformas são frutos não de ideias próprias, mas de cópias ilegais que atentam contra o Direito Internacional. “Tal ato atenta claramente contra a Lei de Deus, configurando-se como pecado de furto de ideias e códigos, criados especificamente para utilização no Habbo Hotel. Tal ato clama contra Deus, já que se baseia na ganância de quem utiliza os códigos (Dt 5, 19), quanto de quem utiliza, certamente buscando avareza (Mt 6,24; Cl 3,5)” (Bento IV; Gregório XVII, Carta Pastoral Verum Fidei).
Desta feita, “a Igreja se coloca contra a pirataria, em conformidade com o que nos pede o sétimo mandamento da Lei de Deus, que se aplica em qualquer condição ou situação” (João II, Constituição Conciliar Universae Ecclesiae). Por isso mesmo, proclamou no Santo Concílio que “é proibido a criação de Igrejas Particulares fora do Habbo Hotel, a fim de manter a unidade da Santa Mãe Igreja, que reúne e acolhe aqueles filhos que desejarem estar dentro de seu maternal abraço” (João II, Constituição Conciliar Universae Ecclesiae).
Esta instrução continua válida e inalterável, já que, de acordo com os decretos da Santa Igreja, “o papa não pode anular um Concílio sem convocar outro” (João I, Carta Encíclica In Petrus, 11). Assim sendo, podemos compreender que a normativa a respeito da fundação de Igrejas Particulares em hotéis e plataformas fora do Habbo Hotel seguem sendo ilegítimas, salvo em condições extremas, como a que agora se apresenta.
A MOTIVAÇÃO E LEGITIMIDADE DA DECISÃO
Desta feita, diante da impossibilidade do exercício do múnus sacerdotal e da dispensa dos sacramentos no Habbo Hotel, se fez necessário, de forma EXTRAORDINÁRIA, utilizar as dependências de outro servidor que, mesmo sendo nossa sede provisória, não está de acordo com aquilo que cremos. Por este motivo, é utilizado apenas como forma de reunião, não sendo para nós motivo de orgulho ou alegria, mas sim de tristeza e expectativa pelo retorno.
“Quomodo cantabimus canticum Domini in terra aliena?” (Psalm 137, 4) – “Como cantar os cânticos do Senhor em terra estrangeira” (Sl 137,4), podemos nos perguntar como o salmista. Entretanto, é a lembrança de nossa terra, de nossa casa e de nossa missão que nos fazem cantar e rezar, de forma ainda mais incisiva, pedindo ao Senhor o pronto retorno ao Habbo Hotel, única e legítima sede da Igreja Católica entre os “hotéis virtuais”.
Em situação de exílio, fazemos com o Senhor sofredor a experiência do deserto. Nos fortalece a fraternidade entre os clérigos e a luta pela constante recordação de nossa origem e de nosso local. Ademais, em nossa união, resistimos contra as investidas do demônio, as chamadas cismas, que neste momento podem até ser transvertidas em falsa piedade.
Causou-nos espanto quando, neste nosso Dicastério, recebemos questionamentos de pessoas que, até o presente momento, estão aparatadas da Igreja e, mesmo estando neste estado, “rasgou as vestes” contra a decisão da Santa Igreja. Mais estranheza nos causou ainda quando, parte destas críticas, nos vieram de pessoas que, há anos, incentivam a utilização de hotéis piratas para a constituição de Igrejas Particulares. A todos estes, reforçamos o convite para que se unam à Igreja Santa e verdadeira, abandonando sua vida de pecado, confessando-se devidamente arrependidos e unidos, retornarem, tão logo a situação permita, ao Habbo Hotel, sede de todo o trabalho evangelizador nesta ambiência virtual.
“Como Igreja, fomos pioneiros na evangelização do Habbo Hotel na comunidade de Língua Portuguesa” (Bento V, Carta aberta – Campanha #SaveHabbo). Isto também nos impele a seguir nosso trabalho missionário mesmo diante do difícil cenário descortinado nos últimos dias. Por este motivo, mesmo com a ida de parte da Igreja para o Iron Hotel, uma comitiva continuou no Habbo Hotel, realizando inspeções diárias e cuidando do atendimento pastoral do público ainda restante no Hotel.
Diante disto, esclarecemos que, NÃO PROCEDE A INFORMAÇÃO DE QUE A INFORMAÇÃO DE QUE A IGREJA NO HABBO HOTEL FOI FECHADA. Informamos ainda que A ESTADA NO HOTEL PIRATA AUTODENOMINADO IRON HOTEL, OCORRE APENAS DE FORMA TEMPORÁRIA, sem o menor desejo de fixação neste local que inspira, como recordado pelos Santos Padres, apenas comodismo e desejo de luxo, desvirtuando-se, totalmente, da missão para a qual fomos constituídos há 15 anos.
Embora apreensivos, confiamos no Senhor que nos escolheu como seu povo eleito e nos plantou no Habbo Hotel para ali anunciarmos sua Palavra e celebrar seus sacramentos. Na certeza do Cristo Ressuscitado, e sabedores de que no atual ambiente do Iron Hotel “não temos aqui cidade permanente” (Hb 13, 14), caminhamos para a pátria futura, a nova Jerusalém, fazendo cumprir, no meio do mundo, a mensagem redentora da Salvação.
Datum Romae, XIX Ianuariis MMXXI. Sub coronam Benedictus.
