DICASTÉRIO PARA OS BISPOS
DOM RAUL GABRIEL CARDEAL STEINER
Por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica
Prefeito do Dicastério para os Bispos
Carta "Redemptoris Mater"
(A Mãe do Redentor)
“O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria. O que uma fez por incredulidade o desfez a outra pela fé”
(Santo Irineu de Lyon)
O Dicastério para os Bispos, na pessoa de seu prefeito,
Dom Raul Gabriel Card. Steiner
DESEJA
A todos os Arcebispos e Bispo Diocesano,
A todos os Bispos Auxiliares que desempenham sua missão no Brasil e em Roma,
A todos os Bispos que se encontram eméritos,
A todo o clero e povo de Deus.
UM FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO!
A Mãe do Redentor e da Igreja, a Virgem Maria é saudada com as mesmas palavras do anjo (cf. Lc 1, 28) e de Isabel (cf. Lc 1, 42). A cada “Ave Maria” lembramos do papel materno-mêssianico de Maria e lembramos também de sua intercessão pelo povo de Deus que peregrina à Jerusalém Celeste.
Maria dá o primeiro testemunho de que Cristo era o Messias, o Ungido do Pai. À luz deste testemunho de Maria no Novo Testamento podemos destacar brevemente três dimensões: Maria concebe Jesus na força do Espírito Santo, sua condição de mulher pobre em Nazaré e sua fé no Deus de Israel.
O Novo Testamento reconhece Jesus como Messias. Ele é, por excelência, o ungido de Deus Pai com o Espírito Santo, sendo sua entrada na humanidade e em nossa história, um evento pneumatológico. É na força do mesmo Espírito que Maria concebe Jesus. É curioso observar que o mesmo Senhor concebido pelo poder do Espírito Santo, também ressuscita e destrói a morte por meio do Espírito de Deus. Desta maneira, Maria é apresentada como terra virginal do paraíso que, à sombra do Altíssimo, concebe um novo mundo, em seu filho Jesus.
A Mãe do Messias, aquela que foi agraciada pelo Espírito Santo, é ainda uma jovenzinha de Nazaré. Vale ressaltar que a cidade de Nazaré nem estava no mapa, era uma cidadezinha esquecida e isso nos mostra a opção de Deus pelos pobres. Tamanha era a humildade do casal de Nazaré que, ao levarem Jesus no Templo, Maria e José oferecem um par de pombinhos (cf. Lc 2, 24), o sacrifício oferecido pelos pobres segundo o livro do Levíticos (cf. Lv 12, 8).
Maria acredita na palavra de Deus expressa na tradição de Israel, na palavra do anjo, acredita em seu próprio Filho e, mesmo depois da morte e ressurreição de Jesus, permanece junto à Igreja nascente, em oração.
Podemos perceber o quanto a Santíssima Virgem tem a nos ensinar com sua própria vida e missão aqui nesta terra e estas qualidades de Maria precisamos imitar. Tornou a serva do Senhor e a Mulher do silêncio, onde conservava tudo em seu coração materno (cf. Lc 2, 19). Caríssimos bispos, neste ano que se aproxima somos desafiados a inovar, a nos fazermos mais presentes e nos tornarmos de fato outros Cristos em nosso ambiente virtual, pedido que foi feito pelo próprio Apóstolo São Paulo ao exortar que se tornássemos seus imitadores, como ele é o de Cristo (cf. 1 Coríntios 1,11).
Diante disto, quero, primeiramente, agradecer a cada irmão no episcopado por cada trabalho realizado, por sua doação a este Apostolado Virtual sendo verdadeiros pastores ao povo de Deus que lhes foram confiados. Desejo a todos os senhores um feliz e próspero Ano Novo e que neste novo ciclo que nos aproximamos possamos colocar em prática o pedido da Mãe do Verbo Divino: fazer tudo o que Ele nos disser (Cf. Jo 2, 5).
Sem mais, despeço-me de vós confiando-lhes a materna intercessão da Virgem Mãe de Deus e reitero que estou disponível para aquilo que precisarem.
Dado em Roma, no Gabinete do Dicastério para os Bispos, 30 de dezembro de 2022,
sob o reinado de Bento VI, Oitavas do Natal.