DICASTÉRIO PARA O CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
DIRETÓRIO LITÚRGICO PARA O TEMPO DO NATAL DO SENHOR
1. Para realizar o inefável mistério da salvação do gênero humano, na economia do Pai, o Senhor Jesus Cristo entrou na história humana para caminhar com o seu povo. Ao realizar sua kenosis, seu descimento, e assumir a natureza humana numa perfeita união hipostática, fazendo-se verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Jesus Cristo encarnou-se no seio da Bem-Aventurada Virgem Maria e dela nasceu. Concedeu, assim, ao ser humano, uma nova dignidade, realizando o intercâmbio de dons entre o céu e a terra. O mistério Pascal, pelo qual fomos salvos, inicia-se, de fato, com a encarnação e o nascimento do Verbo de Deus. É este o mistério que celebramos por meio da sagrada Liturgia do Natal.
2. O Tempo do Natal, no Habbo, vai da Vigília do Natal, na noite do dia 23 de dezembro (sábado) ao domingo depois do dia 6 de janeiro inclusive (em 2024, 7 de janeiro).
3. Seguem, portanto, as normas para este tempo litúrgico, de acordo com o Motu Proprio Eucharistiae Vitam do Santo Padre Clemente II, que devem ser seguidas por toda a Igreja Universal, com fiel obediência:
A ESCOLHA DA MISSA
4. Ordinariamente se celebrará a Missa própria do dia do Tempo do Natal, com a cor branca.
5. Até 2 de janeiro, se ocorrer uma memória, se tomará dela apenas a Oração do Dia. Após 2 de janeiro, pode-se tomar integralmente a Missa própria do santo.
6. Nas festas e solenidade se tomará a Missa própria completamente.
AS DEDICAÇÕES
7. Seguem-se as regras de costume para as dedicações: Usa-se integralmente a liturgia da dedicação, de paramentos brancos ou festivos. É proibido celebrar dedicações na Solenidade do Natal e da Epifania e em suas vésperas.
AS ORDENAÇÕES
8. Nos domingos, solenidades e nas festas dos Apóstolos, se celebrará a missa própria do dia, com as leituras próprias, e cor própria.
9. Nos dias semanais dentro da Oitava do Natal e nos dias de festa, poder-se-á escolher entre as leituras do dia e a missa do dia e a missa própria da Ordenação.
AS FLORES E OUTROS ORNAMENTOS
10. Convém que, neste tempo, haja destaque para a imagem do Menino Jesus.
11. Se convir com o ambiente da igreja, e ainda não se tiver feito, pode-se preparar um presépio e colocar uma ou mais árvores de natal, desde que não atrapalhem o ambiente celebrativo e não sejam demasiadamente chamativos. De qualquer modo, ornamente-se a Igreja também com flores, como convém ao caráter próprio da grande alegria do Natal.
12. No presépio, após o primeiro ofício do Natal, se colocará a imagem do menino Jesus.
A SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR
13. O IV Domingo do Advento, como publicado anteriormente, será celebrado no sábado, 23 de dezembro, sem primeiras vésperas.
14. A Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo é composta por quatro missas:
a) Missa da Vigília: Celebrada, oficialmente, na tarde do dia 24, é a preparação imediata para o nascimento de Jesus.
- Podemos celebrá-la já na noite do dia 23 (sexta-feira), normalmente após às 20h, até às 15h do dia 24 (sábado).
- Quando não for ser rezada a Missa da Noite, nesta missa já se pode colocar a imagem do Menino Jesus no presépio.
- Quem presidir esta missa na noite do dia 23, não pode presidir a Missa da Noite.
- Nesta Liturgia já se traz paramentos brancos ou festivos, como todas as demais, bem como canta-se o hino e ajoelha-se no momento indicado do Credo.
b) Missa da Noite: É a famosa Missa do Galo, que celebra a Noite do Nascimento do Redentor.
- O Romano Pontífice, num costume iniciado no papado de Paulo II, em 2017, a celebra na madrugada entre os dias 23 e 24 de dezembro, sendo privilégio papal.
- Celebra-se esta missa após às 13h30 do dia 24 de dezembro (domingo).
- Após o Sinal da Cruz e a saudação de quem preside, pode-se cantar ou recitar do ambão, o anúncio do Natal.
- Durante o Hino do Glória pode-se tocar os sinos.
- Todos se ajoelham no momento indicado do Credo.
c) Missa da Aurora: Esta missa recorda que Jesus é o Sol nascente que rompe a escuridão e as trevas do pecado e da morte.
- Pode ser celebrada entre 04h e 07h da manhã do dia 25 de dezembro (domingo).
- Diz-se ou canta-se o Hino e todos se ajoelham no momento indicado do Credo.
- Diante da pouca frequência dos clérigos em celebrar essa opção de Missa do Natal do Senhor, o Dicastério para o Culto Divino não disponibilizará Semanário Litúrgico.
d) Missa do Dia: É a missa mais solene do Natal do Senhor, celebrada ao longo de todo o dia do nascimento do Senhor (segunda-feira, 25 de dezembro).
- Diz-se ou canta-se o Hino e todos se ajoelham no momento indicado do Credo.
FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA
15. No dia 31 de dezembro, domingo, e em suas vésperas no dia 30 de dezembro, celebra-se a Festa da Sagrada Família.
SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
16. Desde às 15h do dia 31 de dezembro (domingo) e durante todo o dia 01 de janeiro (segunda-feira) celebra-se a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.
SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR E FESTA DO BATISMO DO SENHOR
17. No dia da Epifania, recordamos três mistérios: a estrela guia os Magos ao presépio; a água se faz vinho para as bodas de Caná; o Cristo no Jordão é batizado para nos salvar.
18. Na cidade de Roma:
- Celebra-se a Solenidade da Epifania do Senhor no dia 06 de janeiro (sábado), com suas primeiras vésperas no dia 05 de janeiro (sexta-feira).
- Celebra-se a Festa do Batismo do Senhor no dia 07 de janeiro (domingo), sem primeiras vésperas.
19. No Brasil:
- Celebra-se a Solenidade da Epifania do Senhor no dia 07 de janeiro (domingo), com suas primeiras vésperas no dia 06 de janeiro (sábado).
- Celebra-se a Festa do Batismo do Senhor no dia 08 de janeiro (segunda-feira), sem primeiras vésperas)
20. Nas primeiras vésperas da Solenidade da Epifania do Senhor (05 de janeiro em Roma e 06 de janeiro no Brasil), celebra-se a Missa da Vigília, conforme será disponibilizado no Semanário Litúrgico.
21. Nas Missas do Dia da Solenidade da Epifania do Senhor, após o Evangelho ou após a oração depois da comunhão, pode-se fazer o Anúncio da Páscoa e das Festas Móveis.
CONCLUSÃO
22. Ao promover este Diretório, o Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos deseja facilitar a compreensão litúrgica acerca dos tempos de cada celebração. Mas, acima de tudo, é preciso que cada participante da assembleia litúrgica penetre no mistério do Deus-Amor que se fez homem para a nossa salvação, e passe da celebração na liturgia para a celebração na vida, de modo a passar do ritualismo à verdadeira celebração litúrgica.
23. Não se esqueçam os pastores da Igreja de fomentar neste tempo propício, a importância da caridade que não é um simples ato de esmola. Mas, a exemplo de Jesus Cristo que fez-se pobre e tem uma opção preferencial pelos pobres, fazer com que o Evangelho, a Boa Nova do Verbo de Deus, encarne-se na concretude do nosso tempo. A Ele, o Cristo, Senhor do tempo e da história, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém.
Dado e passado em Roma, no III Domingo do Advento, dezessete de dezembro do Ano do Senhor de dois mil e vinte e três.
+ Dom Daniel Paulo Cardeal Stramantino
Prefeito